O engano que trava seu investimento em ETFs

Prepare o passaporte: a partir de três gráficos, vamos atualizar você sobre o panorama global dos ETFs. Além disso, você confere um artigo exclusivo sobre um mito que pode travar seus investimentos. Mas comece pelo começo, de olho na curadoria de links logo abaixo. Boa leitura!

Para aquecer o assunto

O “Investidor Sardinha” lança mais um ETF: confira os detalhes do fundo AREA11 clicando aqui.

"Até os bilionários teriam ganhado mais nos últimos 12 meses colocando dinheiro em ETFs de S&P 500”: é o que o conteúdo da Investnews, em parceria com o WSJ, aponta.

“Os ETFs estão mudando o mercado cripto”: é a crença de Murilo Cortina, da QR Asset. Confira a entrevista.

Você se confunde com a liquidez de um ETF? Renato Eid, do Itaú, explica.

É comum que a liquidez de um ETF seja tema de confusão, em especial quando o investidor está começando a trilhar sua jornada com os fundos de índice.

Em sua coluna mais recente, o gestor da Itaú Asset Management, Renato Eid Tucci, explica a diferença entre a liquidez que estamos acostumados a acompanhar em ações ou FIIs, por exemplo, e a liquidez dos ETFs.

Há mais para se conferir do que apenas o volume médio de negociações diárias.

Giro global: três gráficos para ficar atualizado

A partir de levantamentos recentes da Trackinsight, vamos olhar para três gráficos que demonstram o comportamento do mercado global de ETFs. 

1. ETFs setoriais: ganhadores e perdedores

Com dados até 16 de setembro, o gráfico acima mostra, em bilhões de dólares, o fluxo de capital acumulado em quatro diferentes classes de ETFs setoriais. 

A janela de tempo não é muito grande, mas mostra o apetite do investidor global nos últimos anos em relação a fundos de tecnologia, utilities, saúde e energia. 

Com base nos dados da VettaFi, os maiores fundos de índice de cada setor em Wall Street são:

  • Tech: ETF VGT (Vanguard). Mais de US$ 100 bi sob gestão e com retorno em 2025 de 18,91%;

  • Utilities: ETF XLU (State Street). Mais de US$ 20 bi e rendimento de 15,21% em 2025;

  • Saúde: ETF XLV (State Street). Mais de US$ 33 bi e retorno de -1,21% no ano;

  • Energia: ETF XLE (State Street). Mais de US$ 27 bi e 9,03% de retorno em 2025.

Todos os retornos têm o fim da semana passada como data de corte.

2. ETFs e ETPs já são responsáveis pela custódia de 7% do Bitcoin

Janeiro de 2024 foi um marco tanto para o mercado cripto quanto para a indústria de ETFs, com o lançamento do IBIT, da BlackRock, que acompanha o preço do Bitcoin. O produto deu uma chancela de peso à moeda digital e ainda trouxe um novo recorde à BlackRock, se tornando o ETF com crescimento mais rápido em AUM.

O gráfico acima mostra como a custódia de Bitcoin cresceu desde então: ETFs e ETPs, hoje, possuem 7% das unidades de Bitcoin em circulação.

Aliás, o que são ETPs?

ETPs são exchange-traded products, ou seja, produtos negociados na bolsa de valores. O termo é comum na Europa e serve como um “guarda-chuva” tanto para fundos (ETFs) como para outras estruturas de produtos financeiros que compartilham o mesmo tipo de acesso, como as ETNs (exchange-traded notes).

O assunto parece distante, mas se encaixa em bom momento com nosso tema: a gestora suíça 21Shares, que se destaca em produtos listados do universo cripto, lançou na última quinta-feira seis BDRs de seus produtos na B3, contando com BTG e Virtu como formadores de mercado. Segundo o Infomoney, a 21Shares representa cerca de 30% do mercado europeu em criptoativos.

3. A popularidade dos ETFs alavancados

“Operar alavancado”. 

Se você tem alguma familiaridade com day trade, sabe o que significa essa expressão. A alavancagem é uma forma de ampliar as chances de retorno financeiro em uma operação na bolsa ao utilizar um capital que você não tem, mas toma emprestado, assumindo o risco não só de perder o dinheiro que você investiu, mas também de arcar com a dívida que assumiu.

Aqui, na tudoETF, somos fãs de uma carteira indexada e diversificada, mantendo a visão de longo prazo ao investir e deixando a adrenalina para outros momentos da vida.

Mas a verdade é que não podemos ignorar o crescimento de ETFs com estratégia de alavancagem, como o gráfico mostra acima, ilustrando o número de lançamentos de fundos do tipo globalmente.

Para entender como um ETF com essa estratégia funcionaria, imagine o seguinte: um ETF de gestão passiva acompanhará o desempenho do seu índice. Se o índice subir 2%, o investidor terá um ganho de 2%, ou seja, uma relação 1:1.

Com uma metodologia de empréstimo via contratos futuros e outros derivativos para aumentar o capital a ser investido, o ETF alavancado buscará ampliar o retorno ao investidor. Se o ativo subjacente subir 1%, o ETF poderá entregar o dobro ou o triplo. A perda também ocorre na mesma medida. 

Entre os ETFs mais famosos da classe estão o TQQQ, da ProShares, que expõe o investidor a uma alavancagem diária de 3x em relação ao Nasdaq-100.

Traz de volta para casa?

No Brasil, acreditamos que tão cedo não veremos ETFs com estratégias do tipo na B3. Na semana passada, cobrimos o balde de água fria que a CVM deu em relação à liberação de ETFs com gestão ativa, que pode ocorrer apenas em 2027. 

Embora um ETF alavancado possa operar a partir de um índice próprio (ou seja, ele não exige gestão ativa), o órgão regulador hoje também não permite que gestoras lancem ETFs alavancados. Se a mudança vier, não está na lista de prioridades da CVM.

Vem que ainda dá tempo

Na semana passada, em comemoração à nossa edição n° 50, enviamos uma pesquisa rápida (1 minuto, 2 perguntas) para saber o que você acha da tudoETF.

A pesquisa ficará aberta mais uma semana e você pode dar seu feedback sincero acessando o link abaixo.

Aos que já responderam, nosso muito obrigado! Em breve, vocês verão as ideias sugeridas sendo pautadas por aqui, com fonte e nosso cuidado de sempre para entender o que é melhor para o investidor. Aos que deixaram perguntas diretas para nossa equipe, iremos entrar em contato nesta semana.

Nos vemos na terça que vem,
Redação tudoETF

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