ETFs: gestão ativa entra na pauta da CVM

A B3 atualizou os números e, nesta edição, você fica por dentro do tamanho da indústria de ETFs no Brasil. Além disso, a nossa curadoria de leituras chama atenção para dois temas que devem pautar o ano de 2026: ETFs híbridos e gestão ativa. Por fim, você conta com a inteligência de mercado do nosso colunista Bruno Tariki. Ele escreve sobre o novo panorama dos dividendos.

Leituras recomendadas

🚨 A CVM se comprometeu: entre os temas para consulta pública na agenda do órgão em 2026 está a discussão sobre os ETFs de gestão ativa. 

Caso você não saiba, o Brasil ainda não permite ETFs que não estejam atrelados aos retornos de um índice, enquanto indústrias como a estadunidense e a europeia já contam com diversos fundos de gestão ativa, ou seja, ETFs com estratégias de alocação que visam superar um determinado benchmark.

O blog do Banco do Brasil contextualizou a importância da agenda e ouviu executivos da Investo e da Global X sobre o tema. Clique para ler o conteúdo.

📈 Um tipo de ETF que vem ganhando espaço... Como você verá mais adiante na edição, os ETFs que movem grandes volumes de capital ainda são “puros”: fundos dedicados exclusivamente a seguir um índice de ações, outros a acompanhar somente os títulos do Tesouro Selic.

A Suno conversou com a Nu Asset e o Itaú para explicar a tendência dos ETFs híbridos. Clique aqui para conferir.

O amortecedor natural da volatilidade

É assim que o colunista da tudoETF, Bruno Tariki, descreve os dividendos. O executivo da Itaú Asset aborda nesta semana um tema que deve pautar o investimento em ETFs no ano que vem: a nova tributação sobre proventos de empresas listadas na bolsa.

Com um olhar estratégico, Bruno explica como ETFs dedicados a ações que pagam dividendos podem se tornar o caminho natural para o investidor frente às mudanças.

Dá uma lida nesta prévia:

“Mais do que capturar proventos, investir em dividendos é investir em empresas disciplinadas, aquelas que cresceram aprendendo a distribuir capital com parcimônia, investir com retorno e atravessar ciclos sem comprometer balanço. Essa disciplina é o que sustenta o valor do tempo na estratégia: o dividendo é o “juro real” do acionista.”

Se a indústria de ETFs no Brasil fosse um ETF, você investiria?

De dezembro de 2020 até o fim de novembro de 2025, o Ibovespa avançou 37,6%, o S&P 500 subiu 82,3% e a quantidade de investidores em ETFs no Brasil registrou 268% de crescimento. Ah, se esse número fosse um índice… 

O dado vem da mais recente divulgação da B3 a respeito da indústria de ETFs no Brasil. Partimos de 242 mil investidores em ETFs no fim de 2020 para 891 mil. Em 2025, aliás, o indicador ficou só no positivo até agora: aumento de cotistas de janeiro a novembro.

O patrimônio total investido em ETFs hoje é de R$ 81 bilhões e os 10 ETFs mais negociados no mês passado foram:

  • 3 fundos de Ibovespa: BOVA11, da BlackRock; BOVV11, do Itaú; e BOVB11, do Bradesco.

  • 2 fundos de renda fixa: LLFT11, do BTG, e LFTB11, da Investo.

  • 2 fundos de criptomoedas: HASH11, que acompanha uma cesta de moedas, e o ETHE11, atrelado à Ether (Ethereum), ambos geridos pela Hashdex.

  • 1 fundo de small caps: SMAL11, da Blackrock.

  • 1 fundo de ouro: GOLD11, da XP.

  • 1 fundo de S&P 500: IVVB11, da BlackRock.

A força do investidor institucional 

Os dados mostram que, por trás do vigor da indústria de ETFs, há uma forte influência do mercado institucional: a categoria foi responsável por quase 50% do volume negociado em ETFs no mês passado.

Esse tipo de investidor corresponde às mais variadas entidades do mercado que usam ETFs para negociação e alocação em seu dia a dia. 

Um exemplo recente é a Ouro Preto Investimentos: a gestora lançará em janeiro de 2026 um fundo multimercado com uma carteira dedicada a ETFs, o primeiro fundo do país com uma alocação do gênero, segundo a instituição, em matéria para o Valor.

Outro caso que demonstra a força do institucional está na recente entrada da Galapagos Capital no jogo: em 2025, já foram três fundos lançados, sendo o mais recente o GBIT11, atrelado ao ETF de Bitcoin IBIT, da BlackRock. 

A companhia estreou no mercado com um olhar dedicado aos desafios na gestão de carteiras que o alocador pode encontrar, como você pode conferir na reportagem da B3 deste link

O varejo em 2026

O volume movimentado por pessoas físicas, em novembro, correspondeu a 13,1%. Sem previsões, mas com grandes expectativas, a tudoETF torce para que a sigla de três letras fique cada vez mais palatável para o investidor.

Em 2026, muitos brasileiros podem repensar suas posições conservadoras em títulos públicos frente ao possível começo do corte da Selic. Some a isso a diversidade de estratégias que os ETFs oferecem e não parece um sonho tão distante o surgimento de ainda mais entusiastas dos fundos de índice no ano que vem.

Outros fatores também contribuem para que o ETF fique mais pop: percebemos que o diálogo entre gestoras e corretoras está cada vez mais recorrente, educando assessores em relação aos ETFs para que o investimento no produto faça parte de suas recomendações ao investidor final. 

Como comentou o assessor Leonardo Maranhão em conteúdo para a tudoETF em novembro: “um fundo de índice pode contar com uma ótima tese, mas se não souber comunicar o que ele de fato resolve, o investidor não verá valor.”

Até a próxima,
Redação tudoETF

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